População contra Linha de Alta Velocidade

População de Anadia contra Linha Ferroviária de Alta Velocidade

Cerca de 300 pessoas estiveram presentes na sessão pública de esclarecimento que decorreu esta quinta-feira, 6 de julho, no Cineteatro Anadia, sobre o Estudo de Impacte Ambiental do troço Soure/Aveiro da Linha Ferroviária de Alta Velocidade, promovida pelo Município de Anadia. Dar a conhecer, de forma mais pormenorizada, os impactos negativos que esta nova linha ferroviária causará no concelho, em termos ambientais, sociais e económicos, foi o principal objetivo da sessão. Este estudo prévio apresenta três alternativas de traçado para atravessamento do concelho de Anadia, que abrangem com maior incidência as freguesias de Sangalhos, São Lourenço do Bairro e Vilarinho do Bairro e as uniões de freguesia de Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas, Arcos e Mogofores e Tamengos, Aguim e Óis do Bairro.

Na ocasião, a presidente da Câmara Municipal de Anadia, Maria Teresa Cardoso, deu conta dos vários passos realizados por parte do Município desde que tomou conhecimento da intenção do Governo em avançar com a nova linha ferroviária. Alertou para os efeitos “nefastos” de tal construção, como expropriação de terrenos, demolição de habitações, perturbações nas linhas de água e aquíferos, desvalorização de propriedades e habitações, destruição de vinhas, excesso de ruídos e vibrações, entre outros. A autarca apelou para a necessidade de todas as pessoas do concelho, nomeadamente as mais afetadas pelos traçados, manifestarem as suas preocupações e darem as suas opiniões, durante o período de consulta pública que se encontra a decorrer até ao dia 28 de julho, através do portal participa.pt. Qualquer pessoa, empresa, associação e/ou entidade pode apresentar a sua opinião sobre o estudo prévio da nova Linha de Alta Velocidade.

Após a apresentação pormenorizada dos três traçados e das respetivas alternativas, efetuada por parte de um técnico municipal, foi dada a palavra ao público presente para que se pudesse pronunciar, apresentar as suas preocupações e esclarecer eventuais dúvidas suscitadas durante a apresentação. O denominador comum em todas as intervenções foi o de total rejeição aos traçados e de um grande desagrado, face ao impacto negativo e aos prejuízos que a construção de linha irá trazer para as populações locais, em particular, e para o concelho, em geral.

Paralelamente a esta ação, o Município de Anadia elaborou uma petição contra a construção da Linha de Alta Velocidade. O documento está a circular por todo o concelho, podendo ser subscrito em todas as juntas de freguesia do concelho e também no edifício da Câmara Municipal, na Biblioteca Municipal, nas Piscinas Municipais, na Rota da Bairrada, no Posto de Turismo da Curia, no Velódromo Nacional, no Museu do Vinho Bairrada e na Comissão Vitivinícola da Bairrada. O Município pretende, desta forma, reunir o maior número possível de assinaturas contra este projeto ferroviário que em nada beneficia o concelho, pois irá criar mais uma "barreira física", a acrescentar à linha do Norte e à autoestrada A1, dificultando ainda mais a mobilidade entre as populações. A petição será, posteriormente, remetida às entidades intervenientes, nomeadamente Infraestruturas de Portugal e Agência Portuguesa do Ambiente. O resultado da mesma será também dado a conhecer ao Presidente da República e aos diversos grupos parlamentares da Assembleia da República e ao Governo.